domingo, 10 de fevereiro de 2008

Fluxos comuns, o que coloca todo trajeto num mesmo território?

Fluxo#1.1111 – uma espécie de transbordamento da paisagem para as demais dimensões ali presentes (sejam elas humanas, sociais, culturais, estéticas) Na nossa leitura, a paisagem natural neste contexto é figurada por uma não velocidade, por um não movimento, é quase uma ilusão tamanha a estabilidade/ imobilidade e imponência das formações da vegetação, da topografia, do horizonte como um todo; por uma coloração árida, sentida pela respiração, pela irradiação do sol, pela textura que nossa pele vai assumindo, pelo gosto salgado e empoeirado que impregna a boca, os alimentos, os olhos; por um silêncio quase absoluto, abalado somente pela vento e pelos raros cruzamento de passantes, automóveis, ônibus. A dimensão imperativa da natureza catalisa uma tensão entre potência/ impotência humana/criativa/ construtiva no tocante à apropriação e ocupação deste território. Poucas casas dissolvidas, quase tragadas pela topografia milenar, uma monotonia no horizonte atravessado por diferentes povoados, Pucará de Volcán, Purmamarca, Pucará de Hornilhos, Huachichocana, Pucará de Tilcara. Povoados cujo arranjo no espaço e as práticas correlatas revelam as dimensões da temporalidade, donde a articulação entre passado, presente, ruínas, atualizações expõem variações do tempo hegemonicamente empreendido pelo globaritarismo/ pelo grande capital.

Fotografia: Cacá Fonseca
Purmamarca [Arquitetura camuflada na paisagem natural]


Fotografia: Cacá Fonseca
Purmamarca [Deslimites entre paisagem construída e paisagem natural]

Não se trata de uma configuração desconectada e descontaminada destas operações do capital, mas de um fenômeno que apresenta dissidências, linhas de fuga, em algumas trajetórias remetidas às determinações do capital/ mídia/ subjetividade capitalística, em outras trajetórias arremessada à especificidades nas maneiras de ser e estar no mundo.
::Por Cacá Fonseca::

Fotografia: Otto Ramstad
Entorno de Salinas grandes – imbricações entre mídia/ grande capital e povoados de tradição milenar.

Fotografia: Tom Reikdal
Montanhas de Purmamarca- possibilidades na apropriação da paisagem árida/ inóspita.

Captação:::: Olive
Outras imbricações

2 comentários:

gigio disse...

um olho em elipse
em ati-movimento, o outro,
em eclipse distribui estrelas antes que anoiteça.
A mão, vã, em vão,
pendula em anti-horária razão
enquanto que no cérebro acendem relês, pisca-piscas: curvaturas do corpo.
Alí onde o como é quando e o
talvez não interesse, o corpo, esse (e)terno desembrulhar de presentes, passdos e futuros compostos.
Eis o que persig(n)o.

memovo disse...

êta Gigio, que de poema em palavra faz enunciado!